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28 de abr. de 2016

Amamentar. Quer saber como ajudar?

Essa semana fui a uma reunião da Liga do Leite aqui no Texas. Era um encontro informal, em uma sala de um café nada convencional (vocês já viram algum coffee shop sem fins lucrativos?).  Foi curioso estar em um lugar com mais de vinte nutrizes com os seus bebês e eu ali com as mãos livres. No meu trabalho na maternidade, a orientação é individual: a mãe, o(s) bebê(s) e eu. Então resolvi participar desse encontro para ver como funciona, já que amamentação é meu tema predileto e adoraria continuar trabalhando aqui nos EUA, ainda que de forma voluntária. 

Bem, voltemos ao encontro. Não tinha palestra, informativos, nadinha. Pura e simplesmente havia as mães e os bebês e uma líder sorridente e conversando descontraidamente com várias participantes. Ela me explicou que esses cafés mensais são para isso mesmo: promover um encontro das mulheres que amamentam…com dificuldade ou não. Há outro encontro mensal, esse sim com um tema para debate.
Passados os minutos iniciais de constrangimento por ser a única sem bebê no colo, comecei a conversar com as pessoas da minha mesa. A primeira foi uma mãe que devia ter uns 20 anos. O filhinho já ia completar 1 ano, mas ela disse que era sempre muito bom participar desses encontros, já que ela não tem muitas amigas com filhos. A outra mãe era uma estrangeira como eu. O filhinho dela nasceu prematuro e ela estava com muita dificuldade com a pega correta, ainda que já tivesse recebido muitas orientações. Contei da dificuldade que também tive de amamentar meu segundo filho. E aí a conversa fluiu.
Amamentar é maravilhoso, mas sim, pode ser muito difícil. E todo apoio é bem-vindo. Se vocês me permitem dar uns palpites, aí vão eles:
·      Para as mamães: o leite materno é o melhor e mais perfeito (desculpem a redundância, mas não sei falar de leite materno sem me empolgar) alimento para o bebê.  Aqui no blog, já falamos de alguns dos inúmeros benefícios e aposto que você já sabe muito sobre isso também. A amamentação é um processo tão natural que os bebês já nascem com os reflexos de busca e sucção. E é lindo! Porém……às vezes é difícil, esses reflexos dos quais acabamos de mencionar nem sempre estão presentes (quando o bebê é muito prematuro, por exemplo), a pega pode não estar boa, o colostro pode não ter aparecido imediatamente. Enfim, a lista de fatores que podem comprometer a amamentação é grande. Se você está insegura, peça ajuda! Conversar com amigas e outras lactantes é muito bom, mas não hesite em buscar ajuda profissional também. Se estiver grávida, que tal já buscar informações e ter o contato de uma consultora em amamentação? Talvez nem seja preciso e tomara que você já saia da maternidade confiante e feliz com a amamentação, mas é sempre bom saber a quem recorrer. A rede de bancos de leite do Brasil é referência mundial (morro de orgulho) e uma das funções é de orientação às nutrizes. Geralmente os bancos de leite estão localizados em maternidades públicas, mas o atendimento é para todos; ou melhor, para todas ;)




·      Para a galera (pai, sogra, avós, tias, vizinhas, etc.): É maravilhoso conhecer, carregar e cheirar o bebê. Ele merece todo o cuidado e precisa de muito amor. Mas a mãe também! Ela precisa de abraços, conforto, comida pronta e muitos mimos. Ela chora…de cansaço, de estresse, de medo. Pode chorar também de desespero, de insegurança…ah, não é fácil. Assim como nem as mães sabem porque os bebês estão chorando às vezes, o que dirá um adulto entender todas as emoções de uma “recém-mamãe”. Respeite as decisões, o modo de tentar e fazer de cada mãe, mesmo que os cuidados pareçam exagerados ou o modo de carregar um pouco desajeitado. Ajude, se ela quiser. Busque ajuda, se ela pedir. Na hora da amamentação, veja se ela está confortável. Busque almofadas ou travesseiros para apoiar o bebê e as costas da nutriz. Deixe um copo d’água ao alcance da mão dela também. Se houver visitas em casa e o bebê quiser mamar, faça “sala” para os convidados. Deixe a mãe tranquila, inclusive se ela preferir amamentar no quarto do bebê. Uma vez fui visitar uma amiga (minha xará, inclusive) com mais outras pessoas. O marido dela recebeu os convidados e avisou que o bebê estava mamando no quarto. Ele nos ofereceu o lanche, as bebidas, conversou e só depois Erika apareceu, sem pressa e feliz. E foi tão legal assim que sempre pedia para meu marido estar presente na hora das visitas. Receber amigos pode ser muito gostoso, caso a mãe não precise aparecer correndo quando os convidados chegam e nem ficar na sala além do que ela quer. Falando em ver pessoas, incentive a lactante a fazer pequenos passeios. Até uma ida à padaria da esquina pode fazer um bem danado para quem passa o dia (e a noite!) entre fraldas, peito de fora e etc. Muito importante também é respeitar as decisões em relação à amamentação, inclusive se a decisão for parar de amamentar. Cuidem muito bem dessa mamãe. Para ela, todo amor e carinho também.

Um comentário:

  1. Eu tive a melhor orientadora de amamentação do mundo!! Não é à toa que Dudu mama até hoje.

    Obrigada, Sis. Sempre.

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