Chupetas e mamadeiras – o que é ideal e o que é real

Quando comecei a atender crianças, ainda estudante e muito antes de casar e ter filhos, era muito rigorosa com as mães.

Eu tinha mil argumentos para condenar o uso de chupetas e mamadeiras para os bebês. De fato, as chupetas podem fazer com que os bebês mamem menos e o seu uso prolongado prejudica a dentição. As mamadeiras, além de todo o trabalho que se tem para higienizá-las corretamente, ainda podem ser responsáveis pela¨confusão de bicos¨ e, assim, levar ao desmame precoce. É que o ato de chupar o bico da mamadeira é bem diferente (e muito mais fácil) daquele que o lactente faz ao ordenhar a mama. Mamar no peito exige bem mais dos músculos da língua e do rosto, o que é extremamente benéfico.

Então chupeta e mamadeira são mesmo desaconselháveis? Sim! Por todos os motivos expostos e por muitos outros, esses eram itens banidos da minha lista de chá de bebê. Mas, na prática, vi que é muito difícil ser tão rigorosa assim e acabei cedendo.

De todo modo, alguns pontos precisam ser observados:

• O início: oferecer a chupeta somente após o bebê saber mamar corretamente no peito; ou seja, estar com uma pega perfeita. Esse processo pode demorar dias e mesmo semanas. A sucção é um reflexo que os bebês já têm quando nascem, mas muitos precisam de uma ajudinha para ter a pega ideal (futuramente falaremos sobre isso e também sobre o maravilhoso trabalho dos bancos de leite)

• A freqüência: quanto menos, melhor. Você, como eu, já deve ter visto muitas crianças brincando, correndo ou tranqüilas passeando no carrinho e com uma chupeta na boca. Qual a necessidade? 0! Eu sempre fui tão contra o uso da chupeta que minha filha nem quis, por mais que a vovó insistisse. Com meu filho menor, eu já aceitei. Porém, ainda que eu leve uma nos passeios para os casos de emergência (choro e irritação no trânsito, etc), a chupeta fica no berço para ser utilizada somente para a hora de dormir.

• Mamadeira: como as crianças não se sujam quando usam a mamadeira, é claro que isso facilita a vida. Mas, sempre que possível, ofereça os líquidos no copo. Ajudar a criança a ser independente ao se alimentar dá trabalho porque a bagunça do aprendizado é grande, mas os benefícios vêm em seguida. Vale a pena!