Você
conhece alguma gestante que queria muito ter parto normal e acabou sendo
submetida à cesareana? Aposto que sim. E talvez tenha até acontecido com
você. Sei de histórias de mulheres que
montaram um verdadeiro esquema para tentar o parto normal: fizeram uma
peregrinação em consultórios de obstetras, contrataram doula, fizeram exercícos
preparatórios para o parto; enfim, fizeram de tudo. Mas na hora H, por sugestão
do médico, acabaram dando à luz no centro cirúrgico.
Eu, por exemplo, jurava
que meus gêmeos nasceriam de parto normal. Afinal, eu já tinha dois partos
naturais “no currículo”, estava preparada psicologicamente para as dores,
contrações e tudo o mais. A minha obstetra também estava
entusiasmada e me apoiou desde o início. Aí chegou o dia! 37 semanas de
expectativa, era a hora de conhecer o meu mais novo casalzinho. Entre uma
contração aqui e outra acolá, já na maternidade, fui fazer uma ecografia e veio o balde de água fria. O médico ecografista foi categórico: “Sra, pela posição do
seu 2º bebê, eu desaconselho completamente que você e sua médica optem pelo
parto normal”. Que desolação. Minha obstetra ainda deixou que eu escolhesse,
mas explicou da grande chance que haveria de eu enfrentar uma cesareana após a
expulsão do 1º bebê (sim, isso é possível. Essa semana mesmo conversei com uma
jovem , mãe de gêmeos, que teve o 1º bebê por PN e o 2º por cesareana.
Incrível, né?). Ainda que a minha vontade fosse arriscar e enfrentar, fiquei
com medo. Todos me desaconselhando...e se acontecesse alguma complicação? Ai
meu Deus.....”Dra, estou com medo, vamos para a cesareana!”. De vez em quando me pergunto se não deveria
ter feito diferente, mas o importante é que o parto de Ana e Davi, ainda que
tenha sido diferente do que idealizei, foi muito bom e em 2 dias já estávamos
em casa.
Aqui não
vamos levantar discussão sobre a indicação de um ou de outro parto e nem
comentar sobre a porcentagem realmente grande (e discrepante em relação a
outros países) de cesareanas no Brasil. Como já tive filho pela via baixa (PN)
e também pela via alta, posso dar apenas o meu incentivo pró-parto normal, que eu
achei incomparavelmente melhor. Mas essa foi apenas a minha experiência. A
cesareana, não apenas tem suas indicações absolutas, como já salvou a vida de
inúmeros bebês e mães.
Bom, mas
vamos ao que interessa porque o objetivo do post é falar sobre o que vem após o
parto: a liberdade de fazer o que achamos melhor! Introduzi o assunto falando sobre parto justamente para
mostrar a diferença que ocorre quando nosso filho está na barriga e depois que
ele vem para nossos braços. Se na gravidez a gente não pode decidir sozinha, já
que não dá para ignorar o que os profissionais de saúde dizem e aconselham
(ainda que seja diferente do que a gente deseja) em relação ao parto; depois
que o bebê nasce , você ganha uma grande autonomia para tomar decisões e a maior
responsabilidade do mundo: ser mãe. Antes de continuar, só vou contar uma
historinha que aconteceu comigo minutos depois da minha primeira filha nascer.
Ao chegar no quarto da maternidade com Lara , ainda naquele mar de emoção, de
alegria, de nervosismo, de ansiedade e sei lá quantos mais sentimentos, eu
pergunto à enfermeira : “o que devo fazer agora? Amamentar? Deixar minha
filhinha dormir? O que eu faço?”. Jamais me esquecerei da resposta dela: “A
filha é sua, mamãe. Você faz o que achar que é melhor”. Como não dá para reproduzir o tom das palavras
aqui no texto, adianto que a enfermeira não foi ríspida e nem grosseira. Eu até
entendi como um incentivo, do tipo “pode parecer difícil, mas você vai dar
conta, vá em frente”. E é essa mensagem
que eu gostaria de passar a vocês em relação à amamentação: faça o que você considera melhor!
![]() |
A gente vira mãe e ganha, de uma só vez, o maior amor e também a maior responsabilidade do mundo |
Como
profissional de saúde, eu faço de tudo para ensinar e incentivar as mães a
amamentarem. O leite materno é indiscutivelmente o melhor alimento para o bebê
nos primeiros meses de vida. Amamentar não doi, não incomoda e nem machuca os peitos!
Isso tudo é verdade, mas só depois que a amamentação está 100%, mamãe
tranquila, bebê com pega correta. E quando isso acontece? Em muitos casos, o
bebê já começa mamando superbem, mas, em outros, o bebê precisa aprender a
sugar corretamente no peito. Enquanto isso não acontece, o bico do peito pode
sim ficar latejando, doer muito, a amamentação não ser prazerosa. Aí as
lactantes vão ouvir um monte de conselhos e muitos deles completamente
equivocados, como “acho que esse leite está muito fraquinho” (NÃO EXISTE LEITE
FRACO!), “com esse formato de bico o bebê não vai conseguir sugar”( BICO PLANO
OU MESMO INVERTIDO NÃO IMPEDE A AMAMENTAÇÃO!), “essas gotinhas aguadas dos
primeiros dias não alimentam” (O COLOSTRO É IMPORTANTÍSSIMO! NÃO APENAS ALIMENTA,
COMO TRANSMITE AO BEBÊ VÁRIAS CÉLULAS DE DEFESA, É COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VACINA DO
RECÉM-NASCIDO”), “você precisa dar o peito para seu filho” (AMAMENTAR NÃO É UMA
OBRIGAÇÃO DA MÃE! ELA TEM O DIREITO DE DECIDIR E NÃO DEVE SER COAGIDA A
AMAMENTAR SE NÃO QUISER). Dava para escrever um compêndio sobre as ideias
equivocadas que são ditas em relação à amamentação. Mas, como já dissemos, é
você que vai decidir. A amamentação parece que está bem, mas você sente que tem
alguma coisa errada? Chame ajuda (ou procure o banco de leite!) e peça para a
enfermeira observar se a pega está correta. O pediatra prescreveu complemento,
mas você acha que seu bebê não precisa? Pergunte ao médico qual a real
necessidade de oferecer fórmula infantil nesse momento. O contrário? Ou seja,
você sente que o bebê não está com a pega correta, está com fome e muito
inquieto? Pergunte ao pediatra sobre o que fazer. Se o bebê necessitar de um
pouquinho de glicose ou de complemento nos primeiros dias de vida, não
significa que a amamentação falhou. Tantas
coisas podem acontecer e é preciso entender que são situações absolutamente contornáveis, não há motivo
para desespero (eu sei, é fácil falar, mas na hora a gente entra em pânico. Comigo
foi assim). Conto rapidamente como
aconteceu comigo: filha número 1 tomou
umas gotinhas de glicose no 2º dia de vida (e eu me acabei de chorar achando
que estava havendo algum problema), filho número 2 não sugava bem e precisou de
complemento antes dos 3 meses de vida e gêmeos mamaram só no peito por 5 meses.
Viram só? Mesmo já tendo tido uma boa experiência com a amamentação, não
consegui deixar meu filho só no peito por 6 meses, como tanto é recomendado. Ele
não chorava de fome, mas também estava muito abaixo do peso nas curvas de
crescimento. Conversei com a pediatra, ouvi várias opiniões e decidi que era
preciso mesmo entrar com a mamadeira. Tomara que você não tenha problemas com a
amamentação! Tomara que seu bebê mame só no peito por 6 meses! Tomara que dê
tudo certo. De todo modo, já não haverá a insegurança do períoda da gravidez, o bebê já
está com você, as decisões são suas.
Como bem diz a vovozinha da Chapeuzinho Vermelho "a mãe é o anjo bom que zela pela vida" : )
Post perfeito, kinha! Me encontrei EM TUDO que escreveste! Parto, amamentação, responsabilidade... Quanta coisa precisa mudar no nosso país, na nossa saúde!
ResponderExcluirNa verdade, entrei pra procurar um post beeeem antigo mas nao resisti e to tirando o atraso, lendo tudo!
Saudade! Muita saudade!
bjo!
Saudades, Vivi!! Não vejo a hora de carregar Miguelito!
ExcluirAhhh esqueci... Na foto da mamadeira, achei Lucas mt parecido com Miguel... Lindos!
ResponderExcluirOlá Erikinha!!Que saudades de vc e dos seus conselhos!! Realmente, sábias palavras da enfermeira. O filho é seu e é vc que sabe o que fazer .... mas como administrar o mar de dúvidas que nos chega de repente depois que o nosso filho nasce? Todo dia é uma coisa nova. Eu mesma agora estou fazendo horário partido no trabalho para seguir o almoço da Malu de pertinho. Agora estou presente no café da manhã, almoço e jantar. Mas esta mudança fez com que eu tenha menos tempo para brincar com ela... mas enfim, as necessidades básicas em primeiro lugar. Espero que quando ela aprenda direitinho a se alimentar, eu possa novamente deixá-la almoçando só com a babá e poder voltar pra casa mais cedo do trabalho só para curtir infinitas brincadeiras. Um beijo Enorme para vc e toda a thurminha! Saudades! Renata Cenedesi
ResponderExcluirRenatinha!! A nossa vida de mãe é cheia de ajustes, né? A gente muda o horário aqui, faz uma coisa diferente acolá...é uma luta constante para fazer o melhor. Tenho certeza que a Malu ama ter a mamãe por perto na hora das refeições.
ExcluirMalu, que saudades de você e de sua mãe! Ah! Uma novidade: sua amiguinha Anita finalmente está andando sem ajuda! : )
EHHHHHHHHHHHHHHH!!VIVA A ANINHA! Que notícia maravilhosa Erikinha! A Malu mandou dizer que ainda não dá pra correr atrás da Anita ... ela ainda tem preguiça de andar! hahahah! Milhões de beijos!!! Renata
ExcluirOlá ...Vi seu blog e adorei ...Estou começando um blog sobre papinhas e outras coisinhas e vim pedir que participe dele está novinho em folha. Ia Adorar tela como amiga.Bjos :)
ResponderExcluirOi Claudia! Obrigada pelo recadinho. Quanto à participação no seu blog, entre em contato comigo pelo email menudobebe@hotmail.com
ExcluirBeijos
Amiga querida, estou com tantas saudades! Adorei o seu post. Estava aqui pensando justamente sobre essas questões: parto normal x cesária e amamentação. Afinal estou entrando no sétimo mês e Clarinha está crescendo super bem. Dessa vez vou optar pela cesária, pois tive uma laceração grande com o PN do Gabriel. Mas o melhor mesmo é poder escolher o que vai ser melhor para você para o bebê. A Amamentação também me preocupa, apesar do sucesso de amamentação com Gabriel (até 1 ano e 7 meses, lembra?). De qualquer modo sempre tenho três palavrinhas como mantra: tranquilidade, persistência e PEGA CORRETA. Aí acho que a possibilidade de sucesso aumenta.
ResponderExcluirTe adoro amiga e estou com muitíssima saudades de você!
Beijos na turminha maravilhosa e em Cris.
Hilana