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28 de jul. de 2012

O parto normal, a cesareana, a amamentação

Você conhece alguma gestante que queria muito ter parto normal e acabou sendo submetida à cesareana? Aposto que sim. E talvez tenha até acontecido com você.  Sei de histórias de mulheres que montaram um verdadeiro esquema para tentar o parto normal: fizeram uma peregrinação em consultórios de obstetras, contrataram doula, fizeram exercícos preparatórios para o parto; enfim, fizeram de tudo. Mas na hora H, por sugestão do médico, acabaram dando à luz no centro cirúrgico.

Eu, por exemplo, jurava que meus gêmeos nasceriam de parto normal. Afinal, eu já tinha dois partos naturais “no currículo”, estava preparada psicologicamente para as dores, contrações e tudo o mais. A minha obstetra também estava entusiasmada e me apoiou desde o início. Aí chegou o dia! 37 semanas de expectativa, era a hora de conhecer o meu mais novo casalzinho. Entre uma contração aqui e outra acolá, já na maternidade, fui fazer uma ecografia e veio o balde de água fria. O médico ecografista foi categórico: “Sra, pela posição do seu 2º bebê, eu desaconselho completamente que você e sua médica optem pelo parto normal”. Que desolação. Minha obstetra ainda deixou que eu escolhesse, mas explicou da grande chance que haveria de eu enfrentar uma cesareana após a expulsão do 1º bebê (sim, isso é possível. Essa semana mesmo conversei com uma jovem , mãe de gêmeos, que teve o 1º bebê por PN e o 2º por cesareana. Incrível, né?). Ainda que a minha vontade fosse arriscar e enfrentar, fiquei com medo. Todos me desaconselhando...e se acontecesse alguma complicação? Ai meu Deus.....”Dra, estou com medo, vamos para a cesareana!”.  De vez em quando me pergunto se não deveria ter feito diferente, mas o importante é que o parto de Ana e Davi, ainda que tenha sido diferente do que idealizei, foi muito bom e em 2 dias já estávamos em casa.
Aqui não vamos levantar discussão sobre a indicação de um ou de outro parto e nem comentar sobre a porcentagem realmente grande (e discrepante em relação a outros países) de cesareanas no Brasil. Como já tive filho pela via baixa (PN) e também pela via alta, posso dar apenas o meu incentivo pró-parto normal, que eu achei incomparavelmente melhor. Mas essa foi apenas a minha experiência. A cesareana, não apenas tem suas indicações absolutas, como já salvou a vida de inúmeros bebês e mães.

A gente vira mãe e ganha, de uma só vez, o maior amor e também a
 maior responsabilidade do mundo
Bom, mas vamos ao que interessa porque o objetivo do post é falar sobre o que vem após o parto: a liberdade de fazer o que achamos melhor! Introduzi o assunto falando sobre parto justamente para mostrar a diferença que ocorre quando nosso filho está na barriga e depois que ele vem para nossos braços. Se na gravidez a gente não pode decidir sozinha, já que não dá para ignorar o que os profissionais de saúde dizem e aconselham (ainda que seja diferente do que a gente deseja) em relação ao parto; depois que o bebê nasce , você ganha uma grande autonomia para tomar decisões e a maior responsabilidade do mundo: ser mãe.  Antes de continuar, só vou contar uma historinha que aconteceu comigo minutos depois da minha primeira filha nascer. Ao chegar no quarto da maternidade com Lara , ainda naquele mar de emoção, de alegria, de nervosismo, de ansiedade e sei lá quantos mais sentimentos, eu pergunto à enfermeira : “o que devo fazer agora? Amamentar? Deixar minha filhinha dormir? O que eu faço?”. Jamais me esquecerei da resposta dela: “A filha é sua, mamãe. Você faz o que achar que é melhor”.  Como não dá para reproduzir o tom das palavras aqui no texto, adianto que a enfermeira não foi ríspida e nem grosseira. Eu até entendi como um incentivo, do tipo “pode parecer difícil, mas você vai dar conta, vá em frente”.  E é essa mensagem que eu gostaria de passar a vocês em relação à amamentação: faça o que você considera melhor!
Se você está decidida a amamentar, saiba que no início pode sim ser difícil,
mas, depois que a amamentação está bem estabelecida, não há dor e nem incômodo.
Ainda que haja problemas no início (pega incorreta, bico do peito machucado, bebê inquieto), não se deixe levar por comentários pessimistas. Vá em frente! Busque ajuda de profissional em lacatação.  
Agora, se por algum motivo não foi possível seguir com a amamentação,
não fique triste por oferecer a mamadeira. As fórmulas infantis são muito boas e atendem as necessidades nutricionais do bebê.É preciso dizer que o leite materno protege a criança contra inúmeras doenças, mas um
 bebê que não mamou ou mamou pouco também tem plenas condições de crescer saudável, ainda mais se tiver uma boa alimentação na infância . O meu Lucas (na foto recebendo o leite da irmãzinha) mamou pouco e, com quase 4 anos, só foi ao pediatra em consultas de rotina. Saúde nota 10!
Como profissional de saúde, eu faço de tudo para ensinar e incentivar as mães a amamentarem. O leite materno é indiscutivelmente o melhor alimento para o bebê nos primeiros meses de vida. Amamentar não doi, não incomoda e nem machuca os peitos! Isso tudo é verdade, mas só depois que a amamentação está 100%, mamãe tranquila, bebê com pega correta. E quando isso acontece? Em muitos casos, o bebê já começa mamando superbem, mas, em outros, o bebê precisa aprender a sugar corretamente no peito. Enquanto isso não acontece, o bico do peito pode sim ficar latejando, doer muito, a amamentação não ser prazerosa. Aí as lactantes vão ouvir um monte de conselhos e muitos deles completamente equivocados, como “acho que esse leite está muito fraquinho” (NÃO EXISTE LEITE FRACO!), “com esse formato de bico o bebê não vai conseguir sugar”( BICO PLANO OU MESMO INVERTIDO NÃO IMPEDE A AMAMENTAÇÃO!), “essas gotinhas aguadas dos primeiros dias não alimentam” (O COLOSTRO É IMPORTANTÍSSIMO! NÃO APENAS ALIMENTA, COMO TRANSMITE AO BEBÊ VÁRIAS CÉLULAS DE DEFESA, É  COMO SE FOSSE A PRIMEIRA VACINA DO RECÉM-NASCIDO”), “você precisa dar o peito para seu filho” (AMAMENTAR NÃO É UMA OBRIGAÇÃO DA MÃE! ELA TEM O DIREITO DE DECIDIR E NÃO DEVE SER COAGIDA A AMAMENTAR SE NÃO QUISER). Dava para escrever um compêndio sobre as ideias equivocadas que são ditas em relação à amamentação. Mas, como já dissemos, é você que vai decidir. A amamentação parece que está bem, mas você sente que tem alguma coisa errada? Chame ajuda (ou procure o banco de leite!) e peça para a enfermeira observar se a pega está correta. O pediatra prescreveu complemento, mas você acha que seu bebê não precisa? Pergunte ao médico qual a real necessidade de oferecer fórmula infantil nesse momento. O contrário? Ou seja, você sente que o bebê não está com a pega correta, está com fome e muito inquieto? Pergunte ao pediatra sobre o que fazer. Se o bebê necessitar de um pouquinho de glicose ou de complemento nos primeiros dias de vida, não significa que a amamentação falhou.  Tantas coisas podem acontecer e é preciso entender que são situações  absolutamente contornáveis, não há motivo para desespero (eu sei, é fácil falar, mas na hora a gente entra em pânico. Comigo foi assim).  Conto rapidamente como aconteceu comigo: filha número  1 tomou umas gotinhas de glicose no 2º dia de vida (e eu me acabei de chorar achando que estava havendo algum problema), filho número 2 não sugava bem e precisou de complemento antes dos 3 meses de vida e gêmeos mamaram só no peito por 5 meses. Viram só? Mesmo já tendo tido uma boa experiência com a amamentação, não consegui deixar meu filho só no peito por 6 meses, como tanto é recomendado. Ele não chorava de fome, mas também estava muito abaixo do peso nas curvas de crescimento. Conversei com a pediatra, ouvi várias opiniões e decidi que era preciso mesmo entrar com a mamadeira.  Tomara que você não tenha problemas com a amamentação! Tomara que seu bebê mame só no peito por 6 meses! Tomara que dê tudo certo. De todo modo, já não haverá a insegurança do períoda da gravidez, o bebê já está com você, as decisões são suas.  Como bem diz a vovozinha da Chapeuzinho Vermelho "a mãe é o anjo bom que zela pela vida" : )

9 comentários:

  1. Post perfeito, kinha! Me encontrei EM TUDO que escreveste! Parto, amamentação, responsabilidade... Quanta coisa precisa mudar no nosso país, na nossa saúde!
    Na verdade, entrei pra procurar um post beeeem antigo mas nao resisti e to tirando o atraso, lendo tudo!
    Saudade! Muita saudade!
    bjo!

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  2. Ahhh esqueci... Na foto da mamadeira, achei Lucas mt parecido com Miguel... Lindos!

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  3. Olá Erikinha!!Que saudades de vc e dos seus conselhos!! Realmente, sábias palavras da enfermeira. O filho é seu e é vc que sabe o que fazer .... mas como administrar o mar de dúvidas que nos chega de repente depois que o nosso filho nasce? Todo dia é uma coisa nova. Eu mesma agora estou fazendo horário partido no trabalho para seguir o almoço da Malu de pertinho. Agora estou presente no café da manhã, almoço e jantar. Mas esta mudança fez com que eu tenha menos tempo para brincar com ela... mas enfim, as necessidades básicas em primeiro lugar. Espero que quando ela aprenda direitinho a se alimentar, eu possa novamente deixá-la almoçando só com a babá e poder voltar pra casa mais cedo do trabalho só para curtir infinitas brincadeiras. Um beijo Enorme para vc e toda a thurminha! Saudades! Renata Cenedesi

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    1. Renatinha!! A nossa vida de mãe é cheia de ajustes, né? A gente muda o horário aqui, faz uma coisa diferente acolá...é uma luta constante para fazer o melhor. Tenho certeza que a Malu ama ter a mamãe por perto na hora das refeições.
      Malu, que saudades de você e de sua mãe! Ah! Uma novidade: sua amiguinha Anita finalmente está andando sem ajuda! : )

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    2. EHHHHHHHHHHHHHHH!!VIVA A ANINHA! Que notícia maravilhosa Erikinha! A Malu mandou dizer que ainda não dá pra correr atrás da Anita ... ela ainda tem preguiça de andar! hahahah! Milhões de beijos!!! Renata

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  4. Olá ...Vi seu blog e adorei ...Estou começando um blog sobre papinhas e outras coisinhas e vim pedir que participe dele está novinho em folha. Ia Adorar tela como amiga.Bjos :)

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    1. Oi Claudia! Obrigada pelo recadinho. Quanto à participação no seu blog, entre em contato comigo pelo email menudobebe@hotmail.com
      Beijos

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  5. Amiga querida, estou com tantas saudades! Adorei o seu post. Estava aqui pensando justamente sobre essas questões: parto normal x cesária e amamentação. Afinal estou entrando no sétimo mês e Clarinha está crescendo super bem. Dessa vez vou optar pela cesária, pois tive uma laceração grande com o PN do Gabriel. Mas o melhor mesmo é poder escolher o que vai ser melhor para você para o bebê. A Amamentação também me preocupa, apesar do sucesso de amamentação com Gabriel (até 1 ano e 7 meses, lembra?). De qualquer modo sempre tenho três palavrinhas como mantra: tranquilidade, persistência e PEGA CORRETA. Aí acho que a possibilidade de sucesso aumenta.
    Te adoro amiga e estou com muitíssima saudades de você!
    Beijos na turminha maravilhosa e em Cris.
    Hilana

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