Essa semana
comemoramos a semana mundial do aleitamento materno. Quanto mais a gente
pesquisa, mais benefícios são conhecidos...para a mãe, para o bebê, para o
mundo. Exagero? Nem um pouco. Tem pesquisadores que se dedicam a estudar até o
impacto ambiental do bebê ser amamentado exclusivamente no peito por 6 meses,
como preconiza a Organização Mundial de Saúde. Ainda não está claro? Já pensou
na economia de água, energia e o tanto de detergente não utilizado quando o
bebê não usa mamadeira?
Quando a
gente vai para o aspecto da saúde, dá para escrever um livro de tudo que já
sabemos de impacto positivo para a mãe e para o bebê. Aumento do vínculo
afetivo, menos doenças, mais proteção, prevenção de obesidade, impacto no
desenvolvimento cerebral (sim, afeta até o intelecto dos bebês!)....é realmente
uma infinidade de benefícios.
Por tudo
isso, sou fã incondicional do aleitamento materno. É o meu tema predileto, eu
amo ajudar mães a amamentar, dar pequenas dicas que fazem a diferença.
Trabalhei por 3 anos no hospital materno-infantil de Brasília. Apesar da minha
lotação ser nas alas, atendendo as crianças hospitalizadas, a minha chefe
sabia: o meu local predileto era junto das nutrizes. Eu podia passar um plantão
de 12h conversando, tirando dúvidas das mães, auxiliando na pega. Amo, amo,
amo!
Eu já tinha
experiência em orientar amamentação quando me tornei mãe. Com minha primeira
filha, foi tudo como sonhei. Com o segundo filho, para minha surpresa (e
tristeza!), foi uma dificuldade só. Antes dos 3 meses, eu precisei entrar com
complemento. Essa experiência, no entanto, me serviu para respeitar ainda mais
cada caso. Amamentar é lindo, maravilhoso, mas algumas mulheres, mesmo
recebendo ajuda, têm sim dificuldades que independem de sua vontade. Críticas e
pressão em cima das nutrizes não ajudam em absolutamente nada. Aliás, as
palavras para as mães (de primeira viagem ou não) deveriam sempre envolver
respeito e acolhimento.
Além das
dificuldades que às vezes acontecem para
amamentar exclusivamente o bebê (geralmente o problema é na pega e conseguimos
corrigir, mas há outros casos que podem comprometer a produção de leite, como
no pós-operatório imediato da cesariana, mulheres que fizeram cirurgia de
redução de mama, etc), há ainda os casos em que a mãe não deseja amamentar. O
que fazer? Eu costumo conversar, mas sobretudo é importante RESPEITAR!! As
razões para uma mulher não querer amamentar são variadas e nem sempre ela vai
querer revelar, podem envolver medos, violência sofrida, muitos outros aspecto
que nem cabem a mim descrever. Cada história é única. A decisão da mulher sobre amamentar ou não
deve ser respeitada.
Eu acho
bacana as campanhas, sou uma defensora apaixonada do aleitamento materno. Mas
amor e carinho não vêm apenas do peito. Amamentar, assim como ter tido um parto
normal ou cesariana, não é o que define o valor da mãe. Eu tive experiência de
parto e amamentação diferentes com cada um dos meus 4 filhos. Muito do que
aconteceu (de bom e de dificuldade) foi alheio ao meu empenho em fazer o
melhor.
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