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19 de out. de 2010

CONSTIPAÇÃO INTESTINAL post 3. Um caso da TV

Assisti pela primeira vez o programa da Supernanny brasileira nesse fim de semana. Nos episódios da série americana, geralmente os pais pedem socorro porque os filhos são indisciplinados. Mas o programa que vi foi diferente porque um dos maiores problemas que o casal do episódio enfrentava era que a filhinha mais velha “tinha problemas com o cocô”.

A menininha, para desespero da mãe, ficava dias sem evacuar. E aí ocorria uma sucessão de atitudes inadequadas: a mãe obrigava a filha a ficar muito tempo no vaso, ela chorava dizendo que as perninhas doíam, aí a mãe reclamava mais e gritava; enfim, um horror. Depois, na hora do almoço, a filha não queria comer e a mãe a obrigava a abrir a boca com uma colher de pau, ameaçando bater se não fosse obedecida. E um dia a menininha apareceu com cocô na calcinha e vocês já podem imaginar o que aconteceu, pelo breve relato anterior: a mãe se enfureceu, xingou, reclamou do odor, isso para dizer o mínimo.

Mas como o objetivo do post não é discutir o comportamento dos pais e sim o que se refere ao cocô, vamos falar de uma conseqüência da constipação intestinal grave, o soiling (mas não sei se era o caso da menina da TV, não estou aqui para fazer diagnósticos, certo?). Essa situação é caracterizada pelo escape involuntário de fezes e, vejam que contradição, parece diarréia porque as fezes são muito amolecidas. Aí confunde mesmo a cabeça dos pais que começam a achar que a criança não está controlando os esfíncteres. Sem falar que causa um grande constrangimento na criança pelo odor que essas fezes exalam e pelas recriminações que enfrentam na família. E por que isso acontece? Vamos ver se consigo explicar de maneira simples: quando ficamos dias sem evacuar, o cocô fica muito compactado (chamamos de fecaloma) dentro do intestino. A parte externa dessa massa fecal endurecida fica em contato com as paredes do intestino (mucosa intestinal), perde água e, assim, ocorre a liberação de fezes amolecidas pelas laterais. Ou seja, a massa fecal endurecida continua lá no intestino para ser expelida e tudo pode piorar se o problema for tratado como diarréia.

Quando a pessoa está impactada, não adianta e nem é recomendado iniciar uma dieta laxante sem acompanhamento especializado. Se você ou seu filho tem problema de constipação intestinal mais grave, o ideal é começar com uma consulta com gastrenterologista para avaliação e diagnóstico clínicos. Resolvida essa etapa, não dá para escapar de uma alimentação rica em fibras, que será assunto para os próximos posts aqui do blog. Mas já vou adiantar um ponto: água é fundamental! Lembram que já falamos da atenção que temos que ter com a hidratação quando está calor, seco, frio, na gravidez, etc. etc? Mais um item na lista: água como parte da prevenção e tratamento da prisão de ventre.

Um comentário:

  1. Caramba, Kinha! Nunca tinha ouvido falar disso (soiling)... Bem explicado o post! Gostei!

    Realmente: água é o grande lance.

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