O MEU PATATI, A MINHA PATATÁ

Outro dia fui comprar umas sandálias para Ana e Davi e pedi à vendedora os números correspondentes. Ela, surpresa, indagou: “a pontuação é diferente? Mas eles não são gêmeos?”. Gêmeos eles são, mas quem disse que são iguais?

O pé de Anita é miudinho e gordinho...

e o pé do irmãozinho é comprido e magrinho

Quem tem mais de um filho em casa, gêmeos ou não, já sabe que cada um é um e ponto final. Eu já tinha Lara e Lucas quando os gêmeos nasceram, mas fico impressionada como dois bebês que estão juntos desde que foram concebidos, podem ser tão diferentes.  Os meus são um casal, mas sei que as mães de filhos aparentemente idênticos também pensam assim. É um exercício de observação muito interessante e emocionante.

Ana e Davi - 1 ano e 5 meses

Eu ficava impressionada, por exemplo, com a diferença de ritmo intestinal de meus gêmeos. Enquanto estavam em aleitamento materno exclusivo, um fazia cocô 3 a 4 vezes por dia e o outro uma vez em vários dias. Quando começaram com as papinhas, Davi comia pelo menos 30% a mais que a irmã e ainda assim parecia (e é assim até hoje) bem mais magro. Um bebê andou antes que todos os irmãos; o outro ainda ensaia os primeiros passos sem apoio. Um usa chupeta para dormir ; o outro, o polegar. Ana se derrete quando está com Lucas; Davi pergunta por Lara o tempo todo. Curioso também foi a diferença de reação que tiveram há pouco quando eu disse aos dois um NÃO bem forte (quando estavam a ponto de pôr os dedinhos em uma tomada). Anita achou graça e começou a rir, Davi se assustou e caiu no choro.

Conviver com essa duplinha encantadora e com os irmãos mais crescidinhos é estar em um universo de descobertas, de autoconhecimento, de superação (sim, porque criar um quarteto é, inclusive, uma prova de resistência física e emocional), de brincadeiras; enfim,  é trilhar um caminho de amor sem fim.