Essa
semana fui a uma reunião da Liga do Leite aqui no Texas. Era um encontro
informal, em uma sala de um café nada convencional (vocês já viram algum coffee
shop sem fins lucrativos?). Foi curioso
estar em um lugar com mais de vinte nutrizes com os seus bebês e eu ali com as
mãos livres. No meu trabalho na maternidade, a orientação é individual: a mãe,
o(s) bebê(s) e eu. Então resolvi participar desse encontro para ver como
funciona, já que amamentação é meu tema predileto e adoraria continuar
trabalhando aqui nos EUA, ainda que de forma voluntária.
Bem,
voltemos ao encontro. Não tinha palestra, informativos, nadinha. Pura e
simplesmente havia as mães e os bebês e uma líder sorridente e conversando
descontraidamente com várias participantes. Ela me explicou que esses cafés
mensais são para isso mesmo: promover um encontro das mulheres que
amamentam…com dificuldade ou não. Há outro encontro mensal, esse sim com um
tema para debate.
Passados
os minutos iniciais de constrangimento por ser a única sem bebê no colo,
comecei a conversar com as pessoas da minha mesa. A primeira foi uma mãe que
devia ter uns 20 anos. O filhinho já ia completar 1 ano, mas ela disse que era
sempre muito bom participar desses encontros, já que ela não tem muitas amigas com
filhos. A outra mãe era uma estrangeira como eu. O filhinho dela nasceu
prematuro e ela estava com muita dificuldade com a pega correta, ainda que já
tivesse recebido muitas orientações. Contei da dificuldade que também tive de
amamentar meu segundo filho. E aí a conversa fluiu.
Amamentar
é maravilhoso, mas sim, pode ser muito difícil. E todo apoio é bem-vindo. Se
vocês me permitem dar uns palpites, aí vão eles:
·
Para a galera (pai, sogra, avós, tias, vizinhas,
etc.): É maravilhoso conhecer, carregar e cheirar o bebê. Ele merece todo o
cuidado e precisa de muito amor. Mas a mãe também! Ela precisa de abraços, conforto,
comida pronta e muitos mimos. Ela chora…de cansaço, de estresse, de medo. Pode
chorar também de desespero, de insegurança…ah, não é fácil. Assim como nem as
mães sabem porque os bebês estão chorando às vezes, o que dirá um adulto
entender todas as emoções de uma “recém-mamãe”. Respeite as decisões, o modo de
tentar e fazer de cada mãe, mesmo que os cuidados pareçam exagerados ou o modo
de carregar um pouco desajeitado. Ajude, se ela quiser. Busque ajuda, se ela
pedir. Na hora da amamentação, veja se ela está confortável. Busque almofadas
ou travesseiros para apoiar o bebê e as costas da nutriz. Deixe um copo d’água
ao alcance da mão dela também. Se houver visitas em casa e o bebê quiser mamar,
faça “sala” para os convidados. Deixe a mãe tranquila, inclusive se ela preferir
amamentar no quarto do bebê. Uma vez fui visitar uma amiga (minha xará,
inclusive) com mais outras pessoas. O marido dela recebeu os convidados e
avisou que o bebê estava mamando no quarto. Ele nos ofereceu o lanche, as bebidas,
conversou e só depois Erika apareceu, sem pressa e feliz. E foi tão legal assim
que sempre pedia para meu marido estar presente na hora das visitas. Receber
amigos pode ser muito gostoso, caso a mãe não precise aparecer correndo quando os convidados chegam e nem ficar na sala além do que
ela quer. Falando em ver pessoas, incentive a lactante a fazer pequenos passeios. Até uma ida à padaria da esquina pode fazer um bem danado para quem passa o dia (e a noite!) entre fraldas, peito de fora e etc. Muito importante também é respeitar as decisões em relação à amamentação, inclusive se a decisão for parar de amamentar. Cuidem muito bem dessa mamãe. Para ela, todo amor e carinho também.
Eu tive a melhor orientadora de amamentação do mundo!! Não é à toa que Dudu mama até hoje.
ResponderExcluirObrigada, Sis. Sempre.